Abrantes, 4 de Março de 2012
Após decisão inevitável da Câmara Municipal de Abrantes de cessar, por imperativo jurídico, a compensação de dois euros por hora ao regime de voluntariado, é forçoso manifestar a preocupação com a qualidade da prestação de socorro à população do concelho.
A responsabilidade deste Corpo é vasta desde a base até às chefias, obrigando a um trabalho de equipa, onde é exigida formação específica e exigente a todos os elementos do Corpo de Bombeiros, existindo um esforço quotidiano para prestação de serviço dentro do maior profissionalismo que a função exige.
O trabalho silencioso efetuado por todos os membros deste corpo é preponderante na qualidade de vida da população na sua área de intervenção, sendo dois terços do Corpo em regime de voluntariado.
Com a cessação da compensação, por motivos de força maior, além dos casos de emergência social que este caso poderá provocar nalguns elementos do próprio Corpo, a prestação de assistência devida à população poderá estar em risco.
O sacrifício exigido a todos os elementos voluntários, equiparado a um qualquer profissional, tem sido pronto na resposta. Contudo, a dignidade humana colocada em causa levanta grande preocupação aos seus elementos.
Prestar serviço num Corpo misto, onde convivem profissionais, assistentes operacionais e voluntários, exige um nível de sentimento de equidade que está posto em causa.
Acima do dever, existe o elemento pessoal que determina o coletivo, por muito espírito de sacrifício que exista.
Com este convite ao êxodo dos voluntários é inevitável quebras graves na prestação de socorro, colocando vidas em risco de forma desnecessária.
É de direito o respeito por aqueles que prestam serviço com risco de vida em prol do próximo, em cargas horárias extensas e elevado sacrifício familiar para cumprir os serviços operacionais.
Com o fim desta pequena compensação financeira que minimizava o sacrifício pessoal, a formação altamente avançada existente, era o mínimo para um trabalho de rigor que, reforçamos, é devido a quaisquer seres humanos e bens.
Manifestamos a vontade de manter o mínimo de serviço exigido por lei, por sentido de dever, mas vislumbramos uma espiral de degradação severa do socorro e segurança da população.
Não estando contra a autarquia, que comprovou que fez os possíveis para atenuar esta situação, lamentamos toda a situação que coloca em causa bens essenciais num estado de direito.
Os elementos do Corpo Ativo do Corpo de Bombeiros Municipais de Abrantes
Agora que já existe de novo o pagamento do trabalho Voluntário, agora que já existem condições para desenvolver trabalho de todos os que necessitaram durante estes tempos,
ALGUM DELES VAI AJUDAR OS BOMBEIROS MUNICIPAIS DE CARREIRA E OS FUNCIONÁRIOS QUE VÃO PERDER O SEU TRABALHO COMO BOMBEIROS?
É Óbvio que não, eles ainda se lembraram dos Voluntários mas estes nunca se lembraram dos Municipais e Funcionários! Como alguém dizia, "enquanto eu puder aqui andar a encher o bolso a vossa conta, tou me fudendo para vocês(profissionais)"
O Pato
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