segunda-feira, 20 de maio de 2013

Carta de um HOMEM para o Presidente Nelson Carvalho

Carta do Falecido Vasco, enviada ao então presidente do Município de Abrantes, já se notavam algumas quezílias, que ainda hoje continuam mas a outros elementos e bem mais violentas.
Foi aqui que todos fugiram e só ele ficou, mantendo a sua posição, provavelmente se todos tivessem mantido a palavra, hoje os MUNICIPAIS DE ABRANTES eram diferentes.



Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Dr. Nelson de Carvalho 


Miguel Angelo da Cruz Vasco, Bombeiro Profissional de 2ª Classe desse município, residente na R. Pedro Nunes, Lt 2, 2200-173 Abrantes vem expor a V. Ex.la o seguinte: 

Sendo Bombeiro Profissional, associei-me assim como muitos outros elementos dos Bombeiros Municipais de Abrantes naturalmente, ao Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais, onde posteriormente fui eleito legalmente pelos restantes associados como Delegado Sindical do referido sindicato para os representar. Acontece que desde essa data, passado já mais de um ano dessa eleição, tenho sido constantemente alvo de represálias, perseguição laboral, assim como o abuso de poder, por parte do Sr. Comandante dos Bombeiros Municipais de Abrantes António Manuel Henrique de Jesus, sendo esta situação completamente incompreensível, pois acho que nunca fiz nada de ilegal ou imoral na defesa dos direitos dos associados. Queria deixar aqui alguns exemplos para que V. Ex.la consiga perceber o que realmente se passou e ainda se passa, começando talvez pela atribuição da nota anual de desempenho de 2007, onde incrivelmente é me atribuída a nota mais baixa de todos os profissionais do corpo de bombeiros, sabendo eu de antemão estar acima de outros profissionais quer em formação quer em desempenho, logo penso haver aí perjúrio intencional e premeditado contra mim. Nota essa que foi prontamente reclamada, onde ainda, V. Ex.la se recordará certamente, quando recebeu a reunião do Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais, em que eu estava presente, V. Ex.la indicou sobre este mesmo assunto ir verificar pessoalmente o porquê desta situação. Lamentavelmente recebi há pouco tempo uma carta da Secção de Recursos Humanos do município com a referência 13495 29-09’08 onde informa do parecer desfavorável à minha pretensão. Outra situação foi também no início deste ano, ter sido nomeado sem qualquer consulta prévia, para exercer funções de fiel de armazém no armazém de material de saúde dos Bombeiros Municipais de Abrantes, informando de imediato o Sr. Comandante que não teria qualquer aptidão para essa área, pois tenho dificuldades em logística de armazéns, visto não ser a minha área nem a minha profissão, podendo assim prejudicar o bom funcionamento do referido armazém. A resposta do Sr. Comandante foi que “Eu é que sou o comandante e eu é que mando!”. Acatei a ordem, mas passado alguns meses, verificando que o meu desempenho no referido armazém não era o melhor, dirigi-me novamente ao Sr. Comandante solicitando novamente, para o bom funcionamento do armazém em questão, que eu fosse retirado do mesmo. A resposta foi novamente negativa, sendo que só poderei pensar mais uma vez que é com o intuito de me prejudicar profissionalmente, pois certamente espera um mau desempenho meu, numa área que não me compete, para mais uma vez atribuir uma notação anual baixa. Informo também V. Ex.la que em muitas formaturas, quer de entrada, quer de saída de serviço, o Sr. Comandante faz questão de, em frente a todos os outros elementos, me tentar humilhar com situações do sindicato que não lhe agradam, tentando assim, intimidar os restantes associados presentes nas referidas formaturas, chegando mesmo até a dizer que “o sindicato por eles não faz nada e que o melhor que teriam a fazer era ficarem quietos”. Outra situação caricata é nas horas de saída/entrada, onde eu, que chego sempre um pouco mais cedo, se houver uma saída de emergência pré-hospitalar e faltar 5 minutos para a hora de saída, ofereço-me prontamente para sair nesse serviço no lugar do elemento que vai sair de turno, como qualquer bom camarada o faria, para que este possa sair na sua hora de saída normal, já que eu estou de entrada de serviço, não prejudicando nem o serviço nem ninguém em particular. Um dia tive o azar de acontecer-me o inverso, ou seja, faltava cerca de 5 minutos para sair de serviço e há uma saída de emergência pré-hospitalar, onde os elementos que iam entrar de serviço já se encontravam no quartel e, naturalmente como eu fazia, ofereceram-se para sair no meu lugar já que iriam entrar ao serviço. O Sr. Comandante soube disso e aproveitou-se dessa mesma informação para vir presidir à formatura de troca de turnos para mais uma vez me humilhar em frente a todos os outros elementos, dizendo que “eu só tinha era que sair no serviço”, apesar de lhe tentar explicar o porquê da situação, exemplificando o que escrevi uma linhas acima, o mesmo não quis saber nem ouvir. Deixando ainda mais uma de tantas outras situações, sem saber o porquê e sem nunca ter sido chamado para qualquer explicação, o Sr. Comandante publicou a ordem de serviço nº 189/2008 de 06 de Outubro de 2008, onde transcrevo: “A partir da presente data, fica sem autorização para a condução de qualquer veículo deste corpo de bombeiros, o Bombeiro de 2ª Classe Miguel Angelo da Cruz Vasco. Esta situação mantém-se até novas ordens. Cumpra-se. Assinado António Manuel Henrique de Jesus.”. Ou seja, deixei de desempenhar as funções de condutor sem saber o porquê. Queria também informar V. Ex.la que a minha especialidade é a emergência pré-hospitalar, que é a área para a qual tenho mais formação, estou mais vocacionado, e naturalmente a desempenho com mais gosto e dedicação, estando sempre escalado a este tipo de serviço, no meu entender bem, pois deve-se aproveitar os elementos com formação especializada para essa área e o Sr. Comandante sabe disto. Acontece que na semana a seguir à publicação da ordem de serviço acima mencionada, sou retirado da escala de emergência com muita admiração minha e dos restantes elementos, onde até fui “gozado” com as palavras “puseram-te de castigo!”. 


Queria finalizar, informando V. Ex.la que todas estas situações, e muitas outras não referidas aqui, durante mais de um ano, tornaram-se desgastantes, prejudicando não só o meu trabalho, pois ultimamente tenho tido muitas dificuldades em concentrar-me a fazer seja o que for, pondo em sério perigo as vítimas que vou socorrer, assim como problemas em casa, não dando a devida atenção aos meus filhos, estando sem nenhuma paciência para eles, além de que passo grande parte do tempo em casa com discussões com a minha esposa. Tendo já esta situação tomado estas proporções, fui aconselhado por alguns colegas de trabalho a procurar ajuda psiquiátrica, visto que estaria a ser afectado tanto na prestação do meu desempenho profissional como familiar. Assim o fiz e fui consultado pela Drª Fátima Palma, Médica Psiquiatra, a qual de imediato me colocou de baixa em que o relatório por ela elaborado segue em anexo a esta exposição. 

Solicito a V. Ex.la que me ajude nesta situação, pois já sinto saudades do meu trabalho, adoro a emergência pré-hospitalar, adoro a minha profissão, mas tenho alguém que não gosta de mim, não pelo meu desempenho profissional, mas sim por quem eu sou e por aquilo que represento, impedindo-me assim de exercer nas perfeitas condições, a melhor profissão do mundo, que para mim é, ser Bombeiro Profissional no município de Abrantes. 


Certo que terei o apoio de V. Ex.la, 
Subscrevo-me com os melhores cumprimentos, 


Abrantes, 24 de Outubro de 2008 

Miguel Angelo da Cruz Vasco 

Bombeiro Profissional de 2ª




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