VAMOS TODOS, A POPULAÇÃO É CHAMADA A APOIAR OS BOMBEIROS MUNICIPAIS
A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) e o Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais (SNBP) estão a preparar uma mega concentraçao de bombeiros em Abrantes, no dia 12 de junho, que servirá para protestar contra a decisão da autarquia de extinguir os bombeiros municipais.
Em declarações ao Rede Regional, o presidente da ANBP, Fernando Curto, revela que o objetivo deste protesto é manifestar solidariedade com os colegas de Abrantes e esclarecer a população sobre o que se está a passar com este processo que levou à criação de uma nova associação de bombeiros voluntários, que irá substituir a atual corporação de bombeiros municipais.
"Esperamos juntar várias centenas e até, se calhar, mais de um milhar de bombeiros e queremos aproveitar as Festas de Abrantes (que decorrem nessa altura) para distribuir 50 a 100 mil jornais para dar conta das irregularidades que estão a ser cometidas", explica Fernando Curto.
O dirigente diz que os bombeiros nada têm contra a nova associação, mas não entendem o porquê de todo este processo. Fernando Curto fala mesmo em "gato escondido com rabo de fora" e garante que, ao contrário do que afirma a autarquia, este processo não é necessário para que os bombeiros municipais possam ser apoiados. "Os Bombeiros Municipais de Abrantes são um corpo misto pelo que não há necessidade de criar um corpo novo para receber dinheiro da Autoridade Nacional de Proteção Civil", afirma o responsável, acrescentando que o gabinete juridido da associação está "a estudar a melhor forma de agir".
As principais questões da ANBP prendem-se com o destino dos 23 profissionais atualmente ao serviço dos Bombeiros Municipais de Abrantes e das instalações e equipamentos do mesmo corpo de bombeiros. "São 184 anos de história", diz Fernando Curto, que questiona a legalidade da eventual transferência de bens para a recém criada associação, uma vez que "foram pagos com dinheiro do erário público".
O presidente da ANBP diz também que a forma de atuar da autarquia neste processo "coloca em causa a segurança dos cidadãos de Abrantes" e acusa a presidente do município de "estar a fazer a casa pelo telhado" e de este lhe poder cair em cima. "A senhora presidente está a fazer o reverso do que se passa no resto do país e com estas mudanças o socorro ás populaçõpes só piora e não melhora nada", conclui.
O Rede Regional tentou obter esclarecimentos da presidente da Câmara Municipal de Abrantes mas, até ao momento, Maria do Céu Albuquerque não respondeu às questões colocadas.
Recorde-se que num protocolo com a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Abrantes (AHBVA), aprovado por maioria a 15 de abril deste ano (PSD absteve-se), a Câmara de Abrantes propôs-se "investir e disponibilizar os meios necessários para que o corpo de bombeiros funcione com as melhores condições possíveis".
O mesmo documento estabelece que "o património imóvel, constante das instalações do quartel de bombeiros na Av. D. João I, em Abrantes, e os veículos são cedidos à AHBVA a título de comodato para o funcionamento do quartel de bombeiros sob gestão da Associação Humanitária".
Sobre o destino dos 23 bombeiros municipais o protocolo diz que "a gestão dos recursos humanos empregues é da exclusiva responsabilidade da Associação Humanitária. A Câmara cede os seus colaboradores atualmente em funções nos bombeiros, de acordo com a sua vontade e de acordo com o estabelecido pela legislação em vigor, podendo os mesmos optar entre a cedência por interesse público para a Associação Humanitária, conservando os direitos da carreira de origem".
Para fazer face aos encargos fixos do corpo de bombeiros, e uma vez que a Associação Humanitária é uma entidade sem fins lucrativos, o Município atribui um subsídio mensal à Associação tendo por base o duodécimo dos encargos anuais, cujo valor atual são 620 mil euros.
Este protocolo entra em vigor na data da criação do corpo de bombeiros, data ainda não confirmada.
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